David Arredondo Garrido
Giuseppe Pagano e elogios à arquitetura rural mediterrânea
A exposição “Architettura Rurale nel Bacino del Mediterraneo”, com curadoria do arquiteto Giuseppe Pagano na Triennale di Milano em 1936, pode ser considerada um marco na valorização da arquitetura rural. Pagano ampliou sua proposta por meio de artigos teóricos, principalmente de sua posição como diretor da revista Casabella, bem como com fotografias e projetos de arquitetura. Nelas ele desenvolveu uma ideia da arquitetura rural mediterrânea como um trabalho comunitário, um reflexo da honestidade e da verdade que a terra proporciona. Ele o apresentou como um exercício estético e racional de primeira linha, conectando-o diretamente com o funcionalismo dos mais avançados arquitetos do movimento moderno. Apesar de estar enquadrado no contexto fascista, e não me sinto alheio a ele, Pagano foi capaz de ir além das ideias pré-estabelecidas, mergulhar em questões estéticas e funcionais, para gerar uma abordagem complexa e moderna da arquitetura rural mediterrânea. Este trabalho reconhece as propostas mais reveladoras de elogio do rural feitas por Pagano, contrasta-as com a ideologia fascista do momento e relaciona-as com exposições posteriores tão relevantes como “Architettura Spontanea”, de 1951, e “Arquitetura sem arquitetos ”, De 1964.