A Casa Caleidoscópio foi projetada por De Carlo na segunda metade dos anos 60, período que coincide com sua atuação na Trienal de Milão. Fazendo uma leitura e valorização do local em que está submersa, nasce de uma construção rural pré-existente e das suas eloquentes vinhas. A sua arquitetura está integrada na topografia permitindo a dissolução dos limites. Realiza uma encenação de sistemas de construção vernaculares típicos de territórios e paisagens mediterrâneas com a tectônica dos sistemas de alvenaria e construção em massa. Ele reinterpreta várias estratégias de design do Palazzo Ducale desenhado por Di Giorgio, que, aproveitando a espessura da parede para habitá-lo, inspira De Carlo a girar o conceito e esvaziar a parede para habitá-lo. Escondida e submersa para o condicionamento climático, a casa é integrada como um labirinto e se abre por dentro. Não se concebe uma casa caleidoscópio, mas lê-se a genética do seu território local específico, neste caso através da releitura contemporânea da parede em quatro: parede habitada, parede pedonal, parede de vigia e parede ergonómica.